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segunda-feira, outubro 20, 2008

Que país é este...

A busca pelo desenvolvimento de um país perpassa pela educação,mas lamentavelmente o nosso têm tratado ela com uma certa displicência como vocês podem ver na reportagem abaixo, que vem ao encontro das disciplinas de Gestão do Ensino Fundamental e da Gestão da Organização. Só com este olhar sobre a educação nunca chegaremos a ser um país onde tenhamos a real qualidade de vida .

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0610200803.htm

Ensino e saúde crescem, mas falta qualidade
Após a Constituição, avanço na cobertura desses serviços foi incentivado pelo governo federal, dizem especialistasFLÁVIO FERREIRADA REPORTAGEM LOCAL O processo de descentralização administrativa preconizado pela Constituição de 1988 estendeu os serviços básicos de saúde e educação a quase todo o país, mas ainda é preciso levar qualidade aos sistemas públicos municipalizados e estadualizados nos últimos 20 anos.A conclusão é de pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), que avaliaram o processo de transferência de competências entre as esferas do Poder Executivo do país nas últimas décadas.Marta Arretche e Eduardo Marques, membros do centro e professores do Departamento de Ciência Política da USP, afirmam que o avanço na cobertura dos serviços públicos de saúde e educação foi impulsionado por uma atuação direta do governo federal, seja por meio de programas de incentivo, com repasses de recursos, seja por uma forte regulamentação, principalmente quanto aos valores mínimos de investimento nessas áreas.Atualmente, os prefeitos são obrigados pela legislação a aplicar 25% do Orçamento em educação e 15% em saúde.Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2.450 dos 4.650 dos municípios existentes no país em 1992 não possuíam postos ou centros de saúde. Em 2005, o número de cidades sem os postos era de apenas seis, em um universo de 5.558 municípios, de acordo com o IBGE.Os números da cobertura na educação básica também melhoraram nas últimas duas décadas. A taxa de atendimento escolar, que consiste no percentual da população que se encontra matriculada na escola, para as crianças com idade entre 7 e 14 anos, era de 80,9% em 1980. Em 2000, o índice já era de 96,4%, segundo os registros do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação.Porém, os serviços de educação e saúde que chegam aos brasileiros ainda estão longe de atingir os padrões de qualidade dos países desenvolvidos, segundo os pesquisadores."Mesmo nas políticas sociais em que se massificou o acesso da população, isso se deu com qualidade muito baixa. A política de educação fundamental é um exemplo disso. Foi reduzido o número de crianças fora da escola, mas a qualidade é bastante ruim", afirma Marques."Hoje os desafios das políticas sociais estão mais concentrados na melhoria da qualidade do que no aumento da quantidade, embora continuem existindo lugares em que há ausência de serviços ou serviços deficitários em termos quantitativos", segundo o professor.Arretche cita uma exemplo europeu para ilustrar a complexidade em se alcançar altos padrões de qualidade nos serviços públicos. "A Inglaterra, no começo do século 20, levou quase 40 anos para resolver simultaneamente o problema da cobertura e da qualidade", diz a pesquisadora.Regulação federalSegundo Arretche, um aspecto pouco lembrado no processo de descentralização foi o significativo papel do governo federal na coordenação e regulação das políticas sociais, principalmente a partir dos governos de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002."

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quarta-feira, outubro 15, 2008

Dialogando com as disciplinas Organização e Gestão da Educação e Organização e Gestão do Ensino Fundamental


Dialogando com as disciplinas Organização e Gestão da Educação e Organização e Gestão do Ensino Fundamental

Após realizar algumas das atividades propostas por estas disciplinas trago ao meu blog algumas referências teóricas das quais eu me identifico com seus autores:

A Educação brasileira no século XX

No início deste século, a situação brasileira, quanto ao conteúdo, consistia ainda em uma educação aristocrática, com um ensino essencialmente acadêmico, livresco e intelectualista. Não havia um plano nacional de educação que traçasse diretrizes gerais para o ensino e conferisse ao sistema escolar uma estrutura unitária.
Com efeito, apesar da pregação, a que não faltou eloqüência e brilho, a República não logrou ampliar consideravelmente as oportunidades educativas. A situação após a Primeira Guerra Mundial apresentava-se deficiente quanto ao ensino primário e, em relação ao ensino médio, poucas oportunidades oferecia à ascensão social. O sistema era adequado à estagnação social necessária à manutenção dos privilégios existentes.
Só nas décadas de 1920 e 1930 é que começou a surgir uma cultura autenticamente nacional. O Manifesto dos Pioneiros de 1932 foi um marco importante na evolução da educação para tornar-se mais autenticamente brasileira. Ele propunha uma concepção democrática de educação, com implantação, na sociedade da educação universal, isto é, onde a educação fosse direito de todos. Entretanto qualquer mudança significativa no sistema educativo depende necessariamente de uma mudança em todo o sistema sociocultural,especialmente rígida na estrutura das classes.A distância que permanece entre os ideais democráticos de educação e a realidade elitista aristocratizante e discriminatória que a educação assume no cotidiano das escolas é muito grande.Uma sociedade baseada na divisão de classes sociais resultantes da exploração econômica não é uma sociedade democrática.Para se constituir uma educação que seja democrática e colocá-la a serviço de uma sociedade que também o seja,é preciso primeiramente democratizar a estrutura social,o que certamente levará à democratização da educação.
A partir de 1930 começou uma tendência à democratização escolar no Brasil, considerando dois aspectos: a expansão de matrículas e a eliminação das desigualdades formais estabelecidas pela escola. Lentamente foi ocorrendo uma ampliação das oportunidades de acesso à escola.
Como podemos ver no trecho acima a educação ficou anos somente nas mãos da elite brasileira, verificamos que foram desde o Descobrimento de nosso país até meados da década de 1930, 430 anos sem pensar em educar a população existente nesse país sendo que possuir educação era um privilégio e uma condição de dominação das classes populares. Assim tínhamos um país a serviço da dominação.
Acho essencial fazer este resgate histórico, pois, estando em 2008 como a educação poderia estar totalmente democrática se foram anos de desprezo a esse setor. A educação já tem grandes conquistas, mas ainda não alcançamos todos os objetivos para termos uma sociedade justa e igualitária, onde os seus frutos sejam um país onde não haja índices de analfabetismo, reprovação escolar, evasão escolar e tenhamos um ensino que vá da educação básica ao ensino superior de qualidade.


Fatores Estruturais e Fatores internos que interferem no processo educativo
Econômicos:
Economia ainda em desenvolvimento;
Nível de renda per capita baixo;
Necessidade de trabalho precoce das crianças;
Êxodo rural e rápido aumento da população da periferia e da zona urbana;
Geossociais:
Extensão territorial;
Dispersão da população;
Dificuldade de transporte;
Distância da casa à escola.
Biológicos:
Subnutrição;
Elevada taxa de crescimento demográfico;
Nível sanitário precário;
Socioculturais:
Isolamento da comunidade;
Ignorância da família-analfabetismo;
Insulamento cultural (isolamento cultural do indivíduo) e analfabetismo de retorno (o alfabetizado funcional volta a ser analfabeto pela falta de atividades ligadas à leitura e à escrita).
Fatores internos da própria escola
Déficit de escolas e salas de aula em muitas regiões do país, principalmente nas áreas rurais distantes, como também nas áreas periféricas das cidades, onde o crescimento da população é muito grande.
Elevado índice de evasão escolar.
Elevado índice de reprovação, nas séries iniciais ou primeiros anos do ensino
Despreparo do corpo docente, constituído de professores leigos em algumas regiões do país.
Falta de recursos materiais e didáticos.
Rotina e monotonia do ensino, que resiste às mudanças.
Conteúdo programático que não leva em conta os valores culturais da comunidade
Baixa remuneração dos professores.
Como podemos ver os fatores acima ainda fazem parte do processo educacional de nosso país. Os fatores estruturais perpassam pelos valores internos da escola, assim temos que conviver com esses índices ano à ano,fazendo parte do cotidiano da sala de aula. Quando os valores estruturais forem olhados como essenciais para o desenvolvimento do indivíduo assim poderemos minorar alguns dos fatores internos, teremos então uma nova educação.

Bibliografia lida para a construção de postagens em meu blog:

Alves. R.Estórias de Quem Gosta de Ensinar.3ªedição.São Paulo.Cortez.1984

Conversas com Quem Gosta de Ensinar. 9ªedição.São Paulo.Cortez.1984

BEEB. Y.C.Educação e Desenvolvimento Econômico.2ªedição.Rio de Janeiro.Zahar.1973.

BRANDÃO.C.R.O Que È Educação.12ªedição.São Paulo.Brasiliense.1984

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